Algumas pessoas colecionam figurinhas, outras tampinhas de garrafa, eu coleciono algo que eu considero um tanto quanto diferente, algo que é especial pra mim, eu coleciono lembranças.
Não, não é qualquer e nem toda lembrança, só lembranças as quais eu desejei viver naqueles momentos, como minha primeira viagem com meu irmão, minha primeira dança lenta com alguém.
Eu coleciono boas lembranças, muito boas mesmo.
Mas eu tenho pensado se vale a pena eu viver essas coisas, se vale a pena me envolver com alguém, se vale a pena eu ter essas lembranças todas...
A vida não é um filme de romance como eu gostaria que fosse, ou como eu projeto pra mim.
Às vezes simplesmente eu gostaria de ficar dentro de uma caixa fechada, lacrada, apenas pensando, apenas respirando, apenas dormindo, apenas sem... sem ter o peso da vida nas costas, sem ter que pensar naquilo que eu sinto.
Pesar se o que eu faço é bom, se aquilo pelo qual eu me esforço vale a pena.
Eu adoraria novas lembranças, mas eu gostaria que dessa vez elas durassem mais tempo do que apenas o tempo que eu tenho pra colecioná-las.
Toda vez que algo realmente fica sério, toda vez que eu começo a sentir algo por alguém, eu pulo fora, eu mudo, eu sumo, eu termino.
No fim das contas a conclusão que eu tomo disso tudo é que ser um coleionador de lembranças é a pior coleção que se pode fazer, porque significa que os momentos nunca duram, nunca permanecem... sempre passam, sempre se tornam lembranças.
Se quer um conselho, nunca seja igual a mim, nunca se torne um colecionador de lembranças...procure fazer cada momento durar o máximo possível e aproveite-o com toda a vontade do seu coração, pra não sentir as feridas da irrealidade depois.